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Queria organizar os textos que traduzi e pretendo traduzir. A maioria deles, relacionados ao cinema, já foram publicados no meu perfil do Letterboxd; mas a consulta por lá não é boa, e os textos se perdem entre outras resenhas no meu perfil e em meio ao correr do feed dos outros. Além disso, eventualmente pretendo me aventurar por outros assuntos, até obras literárias, de forma que a postagem no LB deixaria de fazer sentido. Logo, este Substack.

A princípio vou deixar tudo aberto e gratuito. As traduções são majoritariamente do Italiano e do Francês, talvez Inglês ou Espanhol. Outras são traduções para o Inglês.

Eventualmente, talvez eu poste algum texto meu aqui, mas fato é que escrever algo original me é extremamente cansativo e insatisfatório, ao contrário da tradução, que realizo com o maior prazer.

Toda correção, crítica, sugestão ou comentário acerca das traduções é muito bem-vindo. São todas amadoras.

– Gabriel Carvalho


Nota sobre o amadorismo das traduções:

Comecei a traduzir coisas primeiro num esforço meu de compreensão de textos que não estivessem disponíveis em Português ou Inglês – meados de 2020, ávido por ler mais sobre os filmes de Joseph Losey, revisando o que o Google Tradutor me entregava dos textos dos Cahiers du Cinéma #111 e #114, cotejando o original com a tradução de máquina usando os meus limitados conhecimentos de Francês (que estudei obrigatoriamente no Colégio Pedro II entre o 6ª e 8º anos, antes de me mudar para São Paulo, e que depois dei graças a Deus por não ter mais como disciplina – ai de mim!). A partir daí nasceu uma vontade de voltar a estudar a língua, mas mesmo com o tédio da pandemia não aguentei mais que 2 meses de aulas online, de forma que desde então a tradução virou meu único exercício nesse sentido – ou seja, não aprender a língua para então traduzi-la, mas traduzi-la aos trancos e barrancos até ser capaz de aprendê-la!

No final do mesmo ano surgiria meu interesse pelo Italiano, com a descoberta dos filmes de Vittorio Cottafavi, muitos dos quais não tinham legendas em língua nenhuma. Me propus o desafio de legendar ao menos as suas encenações de tragédias gregas, balizando-me em traduções brasileiras das peças, e depois de algumas semanas passando horas por dia ouvindo repetidas vezes as falas de Antígona e Xerxes já tinha ganhado alguma intimidade com essa língua que, convenhamos, é das mais fáceis para um lusófono aprender. Legendei mais uma meia dúzia de filmes do realizador, e gostaria de legendar mais outros ainda, embora ultimamente a parte técnica da legendagem vêm me cansando enquanto o interesse pela própria tradução e pela língua vem aumentando. Em 2023 tive a oportunidade de viver por uns 6 meses na Itália, o que também não foi nada mal para o meu aprendizado. E sendo o Francês e o Italiano línguas latinas, e já sabendo o Português, a prática numa ajuda na outra, e vice-versa.

Tudo isso para dizer que nunca tive nenhum treinamento formal nessas línguas nem em tradução, não cursei Letras nem fiz cursos do gênero, e logo as traduções são todas amadoras. São feitas acima de tudo para mim mesmo, como exercício de compreensão aprofundada dos textos e de aprendizado das línguas (não só estrangeiras, mas também do próprio Português, que a cada dia tenho a impressão de saber menos – passei a reparar em erros que cometia sem sequer me dar conta, e novas dúvidas surgem a todo instante!), e em segundo lugar para divulgação, a qual eu aprecio bastante. É bom compartilhar aquilo que gostamos.

O Inglês é a única língua estrangeira que aprendi formalmente, com aulas, durante anos, desde criança, e na qual me sinto praticamente tão confortável quanto no Português, permitindo-me também escrever nela. As traduções para o Inglês visam uma prática minha na escrita do idioma e naturalmente um maior alcance dos textos traduzidos, tentando priorizar a tradução para o Inglês de textos em Português. Não devo traduzir muitas coisas do Inglês para o Português, justamente por sentir que já conheço bem a língua – prefiro me esforçar praticando Italiano e Francês – e por ser uma língua que imagino que boa parte do eventual público deste site já seja capaz de ler por conta própria.

Passados uns 4 anos desde que comecei a traduzir, posso afirmar que o exercício foi proveitoso. Consigo tranquilamente ler textos de cinema/jornalísticos por conta própria em Francês e Italiano, e ando me aventurando mais e mais na ficção. Revisando as primeiras traduções que fiz, fiquei feliz em perceber facilmente uma enorme quantidade de erros! Ainda assim, são duas línguas que sei que estou bem, bem longe de dominar. Não arriscaria, ainda, escrever nelas, ainda que me consiga me comunicar bem oralmente em ambas. Mas realmente me esforço ao máximo nas traduções, e acredito que estão decentes, magari com poucos erros, talvez pecando um pouco na fluidez e na beleza em meio às minhas preocupações, oriundas justamente da minha insegurança, com a exatidão e precisão técnica do texto. Pratiquemos!

O primeiro post inédito deve ser uma tradução dos primeiros capítulos do calhamaço de Antonio Moresco, Canti del Caos, de que ouvi falar recentemente, por acaso, através dos blogs Malocchio e The Unstranslated, e que me intrigou muito. Traduzir ficção está sendo muito mais difícil do que traduzir crítica de cinema, e muito provavelmente o resultado fique aquém do que espera-se de uma tradução literária. Mas por ser mais desafiador acaba me interessando mais, e o esforço faz com que eu aprenda mais do Italiano, saindo do vocabulário e da forma comuns à crítica de cinema, aos quais já me acostumei.

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Traduções por Gabriel Carvalho